A carta aos Efésios possui uma ênfase eclesiológica. De qualquer maneira que se leia o texto de Efésios, está claro que o livro quer salientar muito mais a Igreja do que Cristo. A celebração de Cristo serve para exaltar a Igreja que lhe é unida. Todavia, a Igreja é dependente de Cristo e, por isso, na teologia paulina, ela também deve ser cristocêntrica. Assim, a Igreja não vive como se olhasse para si mesma, pensando-se e reduzindo-se às suas próprias potencialidades. Ao contrário, tudo quanto a Igreja é e faz está em profunda relação e dependência de Jesus. Portanto, a missão da Igreja não é levar as pessoas a olharem para si, mas conduzi-las a olharem para o supremo alvo de nossas vocações: Jesus Cristo. Paulo desejava ajudar a comunidade a transcender os acontecimentos deste mundo e trabalhar para que o Reino de Deus se tornasse uma realidade manifesta entre as circunstâncias no cotidiano da vida. E para realização desta obra de salvação o fiel deve e pode contar com as graças de Deus e, por isso, a motivação é para que se fortaleça no Senhor e na força do seu poder a fim de viver cristologicamente, para a glória de Deus, pelas trilhas do mundo a caminho do Reino.