Publicado em 1790 (antes da queda da monarquia), este livro foi um sucesso imediato: 11 edições em um ano, 30 mil exemplares vendidos durante a vida do autor. Segundo o cientista político francês Philippe Raynaud, as Reflexões de Burke “são um belo exemplo dos paradoxos da história das ideias; essa obra de circunstância (que visava primeiro aos defensores ingleses da Revolução Francesa) é, com efeito, uma das fontes principais de correntes políticas tão diferentes, como o tradicionalismo contra-revolucionário francês, o romantismo político (na Alemanha) ou o conservadorismo liberal (na Inglaterra)”. Para José Guilherme Merquior, “o respeito de Burke pela tradição não era sempre reacionário. (...) Provavelmente, o mais famoso de seus epigramas ainda seja: ‘Um Estado sem meios de alguma mudança não dispõe de meios para conservar-se’, uma joia muito citada das Reflexões”. Advogado, líder dos whigs, um gênio da retórica, o irlandês Edmund Burke (1729-1797) já era famoso quando escreveu essa obra que despertou reações dentro e fora da Inglaterra, transformando-o numa personalidade europeia. Tradução: Eduardo Francisco Alves.